Duelo De Sombras
Poesia - Antonio Cabral filho
Curupira Edições 1999
ABERTURA
"Por Deus e por todas as coisas em que não creio,
minha sombra fala: ouço-a, mas não no creio"
(O Viandante e a Sua Sombra - Nietzsche)
SOMBRAS vão e vêm, são feitas, criadas, algumas ganham vida e tornam-se fantasmas. Lutas eternas.
SOMBRAS, companheiras.
SOMBRAS, silhuetas de objetos, de infindáveis realidades. O escuro fruto da luz.
SOMBRAS tão importantes quanto a luz nas suas mais diversas formas. Os detalhes que permitem, denunciam, realçam. Lirismo, sutileza, chaga e dor.
SOMBRAS que envolvem e despertam o poeta.
Duelo de SOMBRAS no qual sentimos o efêmero, o silêncio, fazendo-nos voar e pensar o mundo em que viemos do ponto de vista da luta, como diriam os muçulmanos ( a Grande Guerra Santa), de cada ser vivente consigo mesmo.
*
Com o sorriso de inveja da borboleta a se banhar no orvalho, somos despertados sutilmente pelo soar de um sino de mosteiro para o estéril e movimentado mundo dos viventes e impulsionados a pensar o que podemos, juntos, contribuir para torná-lo poético e diferente.
José Marcelo Giffoni
Escritor, poeta e terapeuta,
além de professor de história
na rede pública de MG.
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